quarta-feira, 23 de março de 2011

Chico Buarque e as cidades submersas - a criação na condição de não-pertencimento espacial


¨  O processo de criação artística na contemporaneidade extrapola territórios, cria conexões, redes e desenraizamentos. A desterritorialização seria uma forma de se pensar a arte como modo de experiência do sujeito, deslocando e mobilizando o processo criativo? Conceitos de desterritorialização, nomadismo e hibridização aplicados na criação de uma obra podem, talvez, interpelar o artista em sua autopoiese. O homem contemporâneo, segundo Felix Guattari é um ser desterritorializado, em constante linha de fuga. Chico Buarque nascido na intelectualidade brasileira transita em diferentes linguagens e narrativas - literatura e música; erudição e cotidianidade. Nesta perspectiva de desterritorialização, abandona territórios regionais e vivencia outros fluxos espaciais, sob a condição de não pertencimento, tanto nos procedimentos de criação, quanto em suas narrativas - uma cartografia de multiplicidade de espaços, da subjetivação, do urbano e da memória. Seus personagens se dão no estrangeirismo, na fuga, no exílio ou no reconhecer-se no outro. Este estudo tenta perceber o processo de criação de sua poética, sob a ótica do não-lugar, ou seja, dos espaços moventes que podem constituir sua obra.
Palavras-chave: Chico Buarque; Desterritorialização; Autopoiese; Processo de Criação.